A harmonização de chás com comidas, além de trazer equilíbrio entre as intensidades dos alimentos, leva em conta o aroma, sabor e textura de ambos, para que o sabor de um não sobressaia ao outro.

Pode parecer estranho o motivo pelo qual muita gente estuda sobre a harmonização de comidas e bebidas, mas a verdade é que o principal fator de interesse sobre esse assunto é um só: o prazer. 

O grande propósito da harmonização é complementar e unir sabores, com a finalidade de criar um novo sabor, buscando o equilíbrio entre a comida e a bebida. Ela pode até criar um terceiro sabor, tornando a sua experiência gastronômica única e inesquecível. No fim das contas todos nós sabemos que comer é um dos grandes prazeres da vida, não é mesmo?

Quando falamos de chá, sabemos que junto com todos os seus aromas e sabores, a bebida traz consigo uma história rica, cheia de mitos e tradições. E acredite, os chás podem fazer parte de vários momentos do nosso dia proporcionando uma experiência saudável e muito elegante.

A harmonização de chás com comidas, além de trazer equilíbrio entre as intensidades dos alimentos, leva em conta o aroma, sabor e textura de ambos, para que o sabor de um não sobressaia ao outro. Por isso, harmonizar é sempre uma experiência: Por intuição, bebidas mais leves sempre são escolhidas para acompanhar comidas mais leves, e vice-versa.

Existem dois tipos de harmonização: por contraste e por semelhança.

Contraste

O objetivo é potencializar certas características com a inserção de um ingrediente antagonista. Neste caso, a acidez estimula a salivação e a gordura tem efeito oposto, e é justamente essa a sensação promovida pela combinação dos dois sabores que garante o prazer da experiência. Os sabores são complementares, ou seja, algo salgado com um doce, ou um gorduroso com adstringente. 

Semelhança

Nesta harmonização usamos itens com sabores semelhantes, como, por exemplo, uma torta de frutas vermelhas com um chá de notas frutadas, ou uma torta de limão com um chá de notas cítricas. Na harmonização por semelhança, os elementos do chá se assemelham aos do prato, ou seja, os sabores se unem para reforçar as notas presentes em ambos. Apesar de parecer simples, é uma forma muito eficaz que possibilita uma linda experiência.

Alguns exemplos de harmonização entre tipos de chá e comida:

  • Frutos do mar e carnes brancas: chás verdes.
  • Carnes vermelhas: chás pretos encorpados.
  • Chocolate: chás pretos, chás escuros.
  • Queijos leves: chás verdes.
  • Queijos envelhecidos, embutidos: chás defumados e chás pretos.
  • Legumes: chás verdes doces e florais.
  • Pães: blends frutados e com especiarias.

Sempre que falamos em harmonização, estamos buscando conexão e sintonia entre os elementos disponíveis no chá e no prato. E para quê tudo isso? Pela experiência! Pelo simples prazer em viver um momento que traga uma nova perspectiva e amplie seu repertório gastronômico.

Por mais que existam regras gerais, o que precisamos ter em mente é que não há regra de harmonização. Devemos considerar inúmeros fatores, e acima de tudo, as preferências pessoais de cada um. Assim, a busca do terceiro sabor será consequência de uma harmonização bem feita. 

Ana Delai